quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Chico Xavier e a divulgação da Doutrina Espírita: Obras complementares confiáveis e o Movimento Espírita Brasileiro, na atualidade.

Francisco Cândido Xavier foi um homem que muito deu e pouco pediu.
Deu de si o que tinha de melhor e um de seus poucos pedidos foi para que não o transformássemos num semi-deus, uma figura mitológica, digna de bajulações ou idolatria.
Ele sabia que quando mitificamos uma pessoa, de certa forma nos afastamos dela. Tornamo-la um ser olímpico, inacessível, incomparável: uma utopia, um sonho impraticável para nós, pobres mortais.
Respeitando um de seus poucos pedidos, não idolatraremos Chico. Buscaremos uma aproximação real dele, não como um mito inatingível, mas como exemplo a ser seguido.

Chico, o médium de Uberaba, o médium do Brasil e do mundo foi, indiscutivelmente, um clássico da divulgação espírita.
Os clássicos são atemporais, eles podem ser evocados como uma referência em qualquer época e nunca serão considerados ultrapassados. Por isso são ‘clássicos’.
Chopin, Bach, Mozart são clássicos da música. Podemos estudar estes mestres da composição e perceberemos que eles são atemporais, são e sempre serão uma referência musical. Commenius, J. Jacques Rousseau e Pestalozzi são clássicos da Pedagogia; Freud, da Psicanálise; Einstein da quântica, Sócrates da filosofia, e por aí vai.
Kardec e Chico são clássicos do Espiritismo. São clássicos na divulgação da Doutrina Espírita.
Kardec apresentou, após estudos criteriosos, as diretrizes para a melhor forma de divulgação. Chico seguiu todas estas diretrizes e pôde dar-nos uma inestimável contribuição com seu trabalho nimbado de seriedade, sua postura do homem de bem.

Chico é um clássico.
E os clássicos podem e devem ser evocados, reestudados e, porque não dizer, seguidos.

Portanto, resgataremos a sabedoria deste clássico, citando um momento inesquecível - aquele em que Chico relata os primeiros contatos, quando Emmanuel o preveniu de que pretendia trabalhar ao seu lado, por tempo longo, mas que deveria, acima de tudo,
procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec . E mais, que se um dia ele, Emmanuel, algo aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que Chico deveria permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.

Fica aí bem definida a linha de segurança para o trabalho Doutrinário. A difusão do Consolador Prometido nas casas espíritas, nas palestras, nos livros, nas publicações, nos meios de comunicação, nos cursos e eventos não pode perder de vista a imprescindibilidade de permanecer com Jesus e Kardec.
Não podemos e não devemos abrir mão desses dois alicerces.
Chico compreendeu a gravidade deste alerta e buscou, o tempo todo, estar em coerência com os pressupostos espíritas.

Em concordância com os objetivos deste artigo, passo a comentar um destes pressupostos que, inclusive, dá corpo à metodologia Espírita de ampliação dos próprios conhecimentos doutrinários, por ter (este pressuposto) estreita ligação com a fidedignidade necessária para com a Doutrina no que tange à divulgação da mesma. Trata-se do Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE), que pode ser encontrado no 9º parágrafo do ítem II da Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), e na parte final do ítem XXVIII do cap. XXXI do Livro dos Médiuns (LM). Transcrevemos abaixo:

“Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros.” (definição contida no ESE).
“A melhor garantia de que um princípio é a expressão da verdade se encontra em ser ensinado e revelado por diferentes Espíritos, com o concurso de médiuns diversos, desconhecidos uns dos outros e em lugares vários, e em ser, ao demais, confirmado pela razão e sancionado pela adesão do maior número.” (definição contida no LM.).

Xavier Jr. analisou o método CUEE comparando-o com o desenvolvimento histórico das religiões e da ciência, destacando duas grandes razões de Kardec para sua existência: i) “garantia para a unidade futura do Espiritismo” e anulação de “todas as teorias contraditórias”; e ii) “garantia contra as alterações que poderiam sujeitar o Espiritismo às seitas que se propusessem apoderar-se dele em proveito próprio ou acomodá-lo à vontade” (parágrafos 14 e 16 do ítem II da Introdução do ESE).

Pois bem: Todos os livros, textos, poesias, poemas e falas de Chico podem ser confrontados com as cinco obras de Kardec sem que encontremos incongruências entre eles. Novidades nos chegaram do além através da caneta de Chico, e, ao nos debruçarmos sobre tais notícias, percebemos que em todas elas há um cunho de ‘possibilidade’ indiscutível. Nenhum dado parece-nos impossível quando colocado à luz da razão. Mas não há só este aspecto: as informações trazidas pelos irmãos desencarnados que se utilizaram da mediunidade de Chico, podem ser comparadas às informações que surgiram através de outros médiuns, também idôneos, como por exemplo o médium baiano Divaldo Pereira Franco.

Mas, (infelizmente ainda temos o ‘mas’) devemos ponderar que nem tudo são rosas no movimento espírita brasileiro e que nem todas as obras são confiáveis como as de Chico.

E é neste ponto que nos deteremos, com muita cautela e empenho, pois se trata aqui do ponto central de nossas reflexões.
Este artigo tem um objetivo maior, que ora lhes apresentamos. Uma meta que, se alcançada, nos sentiremos bastante felizes.
Esta artigo surge com o objetivo de lançar-lhes dúvidas!
Sim: dúvidas!

Hoje não apresentaremos fórmulas prontas, roteiros a serem seguidos, mas sim questionamentos. Não afirmaremos o ‘não leia isto, ou aquilo’, mas pediremos que, primeiramente, tenham dúvidas.

Recordemos que nossa Doutrina surgiu de um momento de dúvida do próprio Kardec. Bendita dúvida, aquela!
Hippolyte Léon Denizard Rivail ouvira falar das mesas girantes. “Mas quê?” “Deve tratar-se de um fenômeno de magnetismo, tal como tenho estudado em Mesmer”, analisava. Neste primeiro momento, manteve-se na certeza de que aqueles fenômenos teriam como gênese o magnetismo ou ainda que poderia tratar-se de fraude ou coisa assim.
Até o dia em que um amigo seu, pessoa significatiiva para Rivail, comentou que aquele parecia ser um fenômeno diferente e que ele deveria acompanhá-lo para ver de perto o que estava acontecendo nos cafés da França.
Podemos imaginar que, ao ouvir estas ponderações de seu amigo, Rivail tenha despertado para uma dúvida. “Será mesmo que não se trata de magnetismo?” Ora, se ele estivesse com certeza, homem sério e ocupado que era, não perderia seu tempo com brincadeiras. Se acompanhou o amigo deve ser porque esteve em dúvida.
Estando lá e percebendo que atrás de um efeito inteligente deveria existir também uma causa inteligente, Rivail deparou-se com outras tantas perguntas: “De onde vem esta inteligência causadora do balanço nas mesas?” “O que ela, ou elas, querem?” “Por que estão aqui?”. Enfim, após levantar questionamentos, surgidos de suas dúvidas, debruçou-se sobre tais questões durante anos de sua vida, até que, após incansável trabalho, fazia surgir, sob a coordenação dos Espíritos Superiores, a Doutrina Espírita, em 18 de abril de 1857.

Portanto, da dúvida, vemos surgir conhecimento.

E no dia de hoje, compartilhamos com vocês uma dúvida nossa.

Uma dúvida quanto ao futuro da Doutrina Espírita, quanto ao que faremos dela. Uma dúvida que nos leva a fazer reflexões sobre nosso movimento espírita, na atualidade.

Herculano Pires já se fazia estes questionamentos ao deparar-se com práticas que ele denominou “igrejismo” no seio de grandes Casas Espíritas do Brasil.

Outros tantos estudiosos falam de seus receios. Chico tinha esta preocupação. Deolindo Amorin, também, e por mais de uma vez nos pediu que estudássemos profundamente a Doutrina para que não abraçássemos gato por lebre. Tinha receio que de alguma maneira colocássemos a Doutrina Espírita em nossos próprios leitos de Procusto.

Explico-me.

Procusto era um ser da mitologia grega, que tinha, como fonte de prazer, o crime. Mantinha em sua cabana, à beira da estrada, duas camas de ferro. Uma era grande, comprida e a outra, curta, pequena. Procusto convidada os viajantes para que descansássem em sua cabana, sempre que os encontrava na estrada. Quando o convidado se deitava em uma delas, aproximava-se, silencioso, com seus instrumentos de tortura à mão: caso o infortunado fosse menor que a cama, esticáva-o, até que tomasse todo o espaço dela. Se fosse maior que a dita cuja, cortava as partes que estavam sobrando, até que o sujeito atingisse o tamanho desejado.

O criminoso foi exterminado pelo herói Teseu que colocou Procusto deitado em uma das camas, de lado, cortando, assim, sua cabeça e suas pernas, usando com o torturador os mesmos métodos por ele empregados.

Existem divulgadores de nossa Doutrina que parecem teimar em colocá-la em seu próprio leito de Procusto, ora cortando partes essenciais da mesma, ora adicionando conceitos, esticando-a a seu bel prazer, fazendo dela uma espécie de salada à moda da casa, violando suas bases, modificando sua essência.
Sem reflletirem, seguem amputando partes vitais do Espiritismo.
Uma verdadeira lobotomia doutrinária!

Quando nos chegam aos ouvidos e olhos certas informações, recordamos as preocupações de Emmanuel, de Chico, de Erasto, de Deolindo e de Herculano quanto à imprescindível fidelidade doutrinária. E, também nós nos preocupamos.
José Passini, escritor espírita, comenta que:

“a necessidade do uso do bom-senso no campo da mediunidade é evidenciada desde os tempos apostólicos, conforme se aprende com o Apóstolo Paulo – seguramente a maior autoridade em assuntos mediúnicos no Cristianismo nascente – que recomenda: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” (I Co, 14: 29). O mesmo cuidado é recomendado por João: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. (I Jo, 4: 1).(PASSINI, 2003)

Citaremos alguns nomes à partir de agora, não pelo que vamos chamar aqui de “descaridade” para com irmãos do caminho, mas com a certeza da justa necessidade de sermos caridosos para com o Espiritismo.

Desejamos fazer uma reflexão sobre as ultimas notícias de nosso movimento, com a ajuda do jornalista Luciano dos Anjos, membro de nosso movimento, na atualidade.
Soubemos, através de seu artigo ‘Amostras de insensatez’, que no dia 4 de agosto de 2009, na Mooca, SP, um espírito que assinou como sendo o Dr. Bezerra de Menezes, passou, para a médium Marila, as recomendações para uma vacina espiritual contra a gripe suína. Dois dias depois, todo mundo foi convocado pela internet para fazer uma "corrente de vacinação em massa", com copo de água filtrada, pano branco estendido, orações a Bezerra de Menezes e a médicos sob sua orientação. Com um detalhe em especial: Ninguém deveria tomar mais de uma dose, pois "invalida o efeito e dá desarranjo".
Outra novidade vem da parte de um Espírito que assinou como sendo Maria Modesto Cravo, em uma psicografia do dia 26 de março último pelo médium Wanderley Oliveira, na Sociedade Espírita Ermance Dufaux, de Belo Horizonte, MG. Ela ditou e ele recebeu, registrou em cartório e divulgou com estrondo o lançamento da Pomada Esperança, cuja função "é o alívio de dores através da limpeza energética e orgânica", contendo "a essência curativa de uma flor existente em esferas elevadas". Foi criada com a participação de Eurípedes Barsanulfo, Pai João de Aruanda, Mãe Menininha do Gantois, Oswaldo Cruz, Amélia Rodrigues, Martins Peralva e outros luminares do espaço.
A pomada "é contra matéria fluídica infecciosa acumulada por elementos vivos de magia, etc. que alteram a composição da aura", promovendo "a assepsia para a mente" e destinada a "rearmonizar os corpos sutis com reflexo sobre o físico". Conclusão: uma pomada que faz milagres, indicada para o perispírito...
Essa nova pomada não seria tão nova assim, pois inspirada naquela que, ao tempo de Allan Kardec, a verdadeira Ermance Dufaux recebeu de um tio desencarnado para atendimento de um caso isolado. Mas era para a pele de gente encarnada, sem ingredientes do Além e sem essa delirante aplicação perispiritual. Salientamos que ela custa 15 reais o tubo, mais as custas do frete.
É posologia que promete ótima lucratividade.
Temos, também, o médium Robson Pinheiro e suas obras cujo conteúdo parece ter sido retirado de livros mágicos, acrescidos de apontamentos Espíritas, discos voadores, chips e extraterrestres incríveis. Juntemos a isso um pouco de Umbanda e eis que temos uma verdadeira miscelânea à brasileira.
Porém, como nos comenta o Espírita brasiliense José Mauricio Britto, “deixemos claro que nada há contra a Umbanda. Reconhecemos inúmeros amigos lá e sabemos que se trata de doutrina também ligada à caridade, ao bem. O que estamos nos referindo é a mistura de conceitos, com severos prejuízos para ambos os movimentos”.
E, finalmente, chegamos ao mais autêntico leito de Procusto de que temos notícia.
O espírito Dr. Inácio Ferreira - o mais novo blogueiro da nossa internet. Pelo médium Carlos Baccelli, o médico tomou a iniciativa e pelo seu blog podemos ler sobre "A reencarnação no mundo espiritual", Quer dizer, está nascendo espírito do lado de lá. Aliás, o nome deveria ser "re-reencarnação".
O tema e a idéia já se confundem e num simples olhar mais acurado sob o Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns,assim como nas obras complementares confiáveis, tais como as trazidas através das mãos de Chico. Facilmente percebemos a inconsistência destes dados, tanto por não passar pelo crivo de nossa razão, como por serem informações trazidas por um único Espírito, através de um único Médium, ou seja, são informações não-espíritas, uma vez que não estão de acordo com o pressuposto básico que citamos pouco tempo atrás (o CUEE). Mas o problema não pára por aí, pois a linguagem utilizada pelo Espírito para passar suas lições do além é chula, chegando até o vulgar.

Outros autores que andam assinando suas obras como se fossem espíritas surgem no cenário. Nunca se vendeu tanto livro não-espírita como espírita. Nunca vimos tantas obras nascerem, trazendo joio aos montes, lotando as prateleiras das Casas Espíritas que, dizendo-se carecedoras de dinheiro para a caridade, faltam com a caridade com a própria Doutrina. Parece aqui que podemos usar um velho ditado, agora muito atual: Queremos cobrir um santo descobrindo outro...

Nossa responsabilidade como multiplicadores, como pessoas significativas dentro do Movimento, como pessoas de curto, médio ou longo alcance na divulgação espírita é grande!

Os grandes detratores da Doutrina antes estavam fora dela, mas agora o processo de inverteu. Eles estão entre nós.

Como reconhecê-los?
Podemos nos apoiar nas palavras de Emmanuel, de Erasto, de Chico, de Kardec ou mesmo dos apóstolos Paulo e João.

Duvidemos. Tenhamos dúvidas. Kardec nos pedia para duvidarmos. Erasto nos pedia para que negássemos dez verdades, se preciso fosse, mas que não aceitássemos uma só mentira.
Antes de divulgarmos algo novo como verdade, vamos duvidar. Vamos à fonte.

Passemos as informações pelo crivo da razão. Verifiquemos se outros médiuns confiáveis trazem as mesmas informações. Restam-nos poucos deles. Certifiquemo-nos de quem são.

Duvidemos.
A dúvida não nos permite a aceitação cega. Ela nos faz refletir.
E é através dela, da dúvida, que poderemos nos sentir, verdadeiramente fiéis à Doutrina, como tanto nos pedia Chico, o Médium de Jesus.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANJOS, Luciano; Amostras da insensatez, Rio de Janeiro, 2009.
AMORIM, Deolindo. O Espiritismo e as doutrinas espiritualistas. 4a ed. Curitiba, Livraria Ghignone Editora, 1984.
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Orientação ao centro espírita. 2a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980.
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Salvador Gentile. 12a ed. Araras- SP, Instituto de Difusão Espírita, nov 1980.
—. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 62a ed. Rio de Janeiro, FEB,1985.
—. O livro dos médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 48a ed. Rio de Janeiro, FEB,1983
-.Obras Póstumas. Trad. Sylvia Mele Pereira da Silva, intr. e anot. J.Herculano Pires. 2a ed. São Paulo, LAKE, 1979.
—. O evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Salvador
PASSINI, J.; Revista Internacional do Espiritismo, Brasília, novembro 2003.
PIRES, H., O Centro Espírita, São Paulo, Paidéia, jan 1980.
XAVIER, Francisco Cândido. Coragem. 2a ed. Uberaba, CEC, 1973. p. 17-18.
—. Nos domínios da mediunidade. Ditado pelo espírito André Luiz. 12a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1983.
—. O consolador. Ditado pelo espírito Emmanuel. 7a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, A. L. Jr., Considerações sobre as idéias de verdade e controvérsias em torno dos ensinos dos Espíritos, Boletim do GEAE 367, 1999. In http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae367.html

2 comentários:

Anônimo disse...

Cláudia,

Temos aprendido com Allan Kardec e com os Espíritos Imortais que ditaram a Codificação que tudo que toca à questão da orientação espiritual tem de ter uma razão, um direcionamento, um motivo, um alvo, um objetivo.


Quando passamos todas estas informações trazidas pelos "blogueiros desencarnados" quanto os novidadeiros de plantão estabelece-se uma pergunta:

- Qual a consequência imediata quando eu sei, por exemplo, que existem "gravidezes no Mundo Espiritual"? Sim, num apoio pedagógico para chegarmos a uma resposta, imaginemos que, Sim, existem gravidezes no Plano acima da Carne...

Mas....e daí? Qual é a consequência moral disso? Que objetivo, finalidade tem esta informação? Para o homem e a mulher comum que vivem nas filas e sofrimentos do mundo tem algum significado isso?

Ao que vemos...sentido prático nenhum...

Ainda que existissem as gravidezes no mundo espiritual ainda assim teríamos de procurar um motivo prático para a notícia....

Como sabemos em doutrina que a informação está inexata, incorreta, despropositada, consideremos então "a inutilidade dela para nós".

E sabemos, com Kardec, que toda comunicação sadia do Mais Alto sempre teve uma consequência moral.

A meu ver, não passa pelo "point de optique" expressão que Victor Hugo, escritor francês, criou e que designa aquela "ponto crítico de análise", tão ao gosto de Herculano Pires..

Decididamente, estas novas informações não passam pelo crivo racional para uso prático em nossas vidas. Percebo apenas uma vontade chocar, de instigar, de criar o "novo" (entre aspas) com finalidades editoriais.

Mas aguardo que alguém me diga qual seria o sentido prático destas "novas informações" do Além..

O que mais sinto é que aqueles que se propunham a seguir o "Espiritismo Caipira", são os primeiros a criar o Espiritismo Cibernético Novidadeiro...que de novidade não tem nada...É mais Cibernético.

Quando estamos precisando, em verdade, de mais Cristo no pensar, no agir e no falar...

Pena....

Por último, é justo que nos associemos às suas palavras de advertência ao Movimento Espírita. E que não se diga que somos contra ao avanço das coisas, em particular do ensino espiritual. Esse canto da sereia, como dizia Herculano Pires, é antigo.Em nome do pretenso "avanço doutrinário" já incorporamos muito "retrocesso doutrinário"...

Parabéns, Cláudia, pelo arrojo, pela dedicação que vc tem ao ensino espírita, aliado ao Evangelho sentido, praticado e vivido.

Parabéns!

José Mauricio

JLH disse...

Claudia,

Imagino o quanto deve sofrer incompreensão de muitos confrades.
Você escreve de forma preciosa , diria que uma poetisa da SÃ DOUTRINA ESPIRITA.