Se
analisarmos fielmente as antigas escrituras e o calendário judaico, descobriremos
que Jesus nasceu provavelmente no mês de setembro, durante a festividade de Sucot, também conhecida como a Festa dos
Tabernáculos ou das Cabanas.
Porém,
definiu-se comemorarmos a vinda do Cristo à Terra no mês de dezembro, no dia
25.
Este
detalhe perde a importância quando nos deparamos com a grandiosidade do evento
e de como ele repercute em nós, desde aqueles tempos.
E,
então, respeitando as disposições da maior parte das comunidades cristãs nesta
época, nos empenhamos em trazer reflexões acerca do maior modelo moral já
enviado ao nosso Planeta. Aquele que veio até nós a fim de nos conduzir os
passos na gloriosa escalada evolutiva a qual estamos todos destinados.
Conta-nos
Lucas que, naquele tempo, “César Augusto,
o imperador, decretou que se fizesse um recenseamento de toda a nação. (Este
recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria). Exigia-se que
todo mundo voltasse à sua terra natal, para se registrar E como José era da
antiga família real de Israel, teve de ir até Belém, na Judéia, terra natal do
rei Davi – viajando de Nazaré, da Galiléia para lá. Ele levou consigo Maria,
sua esposa, que estava grávida. Estando ali, chegou a hora de nascer o filho
dela; e ela deu à luz seu primeiro filho, um menino. Enrolou-o em um cobertor e
o deitou na manjedoura, no estábulo aquecido para os animais, porque não havia
lugar para eles, na hospedaria da aldeia.” (Evangelho de Lucas cap. 2: 1-7).
Na Roma antiga, o recenseamento era comum, com fins prioritariamente fiscais, para se descobrir quais seriam os potenciais pagadores de impostos nas regiões dominadas. Além disso, em alguns locais, o recenseamento também servia para que pudessem ser levantados o numero de jovens a serem convocados para o serviço militar. Como na Judéia o alistamento não acontecia, entendemos que as intenções eram, então, meramente financeiras.
José,
o carpinteiro de Nazaré, que descendia de uma das importantes tribos judaicas,
precisou caminhar longos e árduos 120 km junto de sua esposa Maria, então
gravida do menino Jesus, até Belém, cidade natal do Rei David.
Devem
ter levado mais de oito dias nesta exaustiva caminhada. Nas cidades do caminho,
poucos ofereciam camas ou alimentos aos viajantes.
Quando
chegaram a Belém, encontraram a cidade repleta de viajantes que, assim como
eles, precisavam participar da recontagem romana.
Bateram
em muitas hospedarias. Nenhuma vaga. Possivelmente, um dos responsáveis, vendo
a situação daquela mulher, em gravidez avançada e muito cansada, ofereceu
pequeno estábulo - um lugar aquecido para os animais pequenos, para que pudessem
descansar.
Não
existia outra possibilidade. José teve de aceitar a proposta.
Conduziu
a esposa ao rude lugar e, estando lá, durante a madrugada, eis que nasce um
lindo menino.
Esta
imagem singela faz lembrar pequeno trecho de uma canção natalina:
“Num berço de palha nascia
Jesus
Um meigo menino envolto de
luzNum rude presépio, à noite, em Belém,
Enquanto as estrelas brilhavam, além”.
O
momento é impressionante. Um paradoxo. Aquele que João Evangelista narrou como
sendo o que “estava no princípio com Deus, o verbo eterno por quem foram feitas
todas as coisas, o criador sem o qual nada do que foi feito se fez”, não
teve sequer um quarto em uma pequena casa para vir ao mundo terreno. Veio em
condições complicadas, sem um mínimo conforto.
As
profecias anteriores a ele, escritas 800 anos antes de seu nascimento,
comentavam que o Messias seria identificado por ser um servo humilde, por se
situar junto aos pobres, marginais e pecadores.
Não
existia lugar, há 2000 anos, para Jesus, nas hospedarias.
E
hoje, ainda hoje, em muitos corações não encontramos lugar para Ele.
Nas grandes cidades, nas favelas esquecidas e renegadas, nas ruas mal cuidadas e imundas das periferias, nos fundos de hospitais públicos, muitas mãezinhas recebem seus filhos sem auxilio algum, sem um mínimo de dignidade. Muitas delas sem a companhia do pai da criança [criança esta que, em muitos casos, sequer poderá ter um futuro].
Enquanto
isso, não muito distante dali, tantos outros comemoram o Natal refastelando-se
com comidas variadas e bebidas alcoólicas, com presentes caros, corre-corre,
brigas em família, violência no trânsito, explorações em lojas... e,
com o coração vazio, sem Jesus a lhes preencher a existência.
Entretanto,
mesmo com 2000 anos de atraso, podemos alterar este quadro.
O menino meigo, que nasceu em Belém, numa noite de festa no céu e de belezas na Terra é o mesmo que, estando na Casa de Zaqueu, o cobrador corrupto de impostos, afirmou: “Hoje a salvação entrou nesta Casa!”.
É
o mesmo que, no ápice de seu trabalho entre nós, convidou: “Vinde a mim vós que estais cansados, pois eu vos aliviarei!”
É
o mesmo que, amparando a mulher adultera, disse: “Eu também não vos condeno. Vá e não peques mais!”
É
o mesmo que, no belíssimo sermão da montanha, nos informou: “Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus!”
Palavras
sublimes, que nos trazem esperança. Palavras que transcorreram mais de 20 séculos,
a nos informar que Sim! Podemos
alterar nossas disposições e sermos melhores, mais felizes, com Jesus.
Quando
os pastores das redondezas avistaram o anjo que lhes apareceu a fim de anunciar
a chegada do menino Salvador, ouviram, logo após, cânticos celestiais, que, em
coro, diziam:
“Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra e
boa vontade aos homens!”
Paz
na Terra! - anunciaram os anjos.
Mas
, vejam, é preciso haja boa vontade entre os homens!
Ah!
Precisamos de paz!
Sem
ela, como a harmonia? Como a tranquilidade nas atividades diárias?
E,
como conseguirmos a tão almejada e necessária paz, senão com Jesus?
Como termos a paz no mundo sem a paz intima, resultado da execução das lições excelsas trazidas pelo Mestre?
Como a paz na Palestina milenária, na Síria destruída, no Congo esfomeado, se nós, irmãos que somos de judeus, de árabes, de chineses ou africanos, não somos pacíficos sequer em nossos lares? Se não temos paz nos nossos pensamentos, nas nossas ações?
Como
a paz se ainda carregamos a espada da língua afiada, atingindo os corações do
caminho?
Como
a paz, se distribuímos as granadas do preconceito, as dinamites do escárnio, as
ogivas da cólera, os mísseis do desprezo?
Como
a paz se não rompemos com a corrente do ódio, da mágoa, do rancor?
Jesus
nasceu! E, com ele o caminho, a verdade e a vida.
Jesus é mesmo o salvador, quando o entendemos como aquele que trouxe a proposta salvacionista, que nos arrebata de nossas inferioridades, quando as observamos e lutamos contra elas, no bom combate... o combate pelo amor e com amor.
Jesus nasceu! E nós ainda não o acolhemos em nosso lar, em nossos corações.
Vamos
trazer Jesus para nossas vidas!
Precisamos
falar sobre Ele às nossas crianças, em nossos lares. Contar seus contos, sua
vida, sua luta. Dar à nossa família a oportunidade de conhecerem o maior modelo
moral que já esteve entre nós.
Isso é Natal!
Isso é Natal!
Jesus
nasceu! Paz na Terra!
Trabalhemos
por ela!
Boa vontade, irmãos!
Paz
em nós...Claudia Gelernter
Dezembro
de 2012.
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